Os caminhos para a superação da
violência no Brasil estarão em discussão neste ano por meio da Campanha da Fraternidade. A iniciativa pretende motivar
os católicos a recuperar o significado central da fé cristã: o amor.
"O esquecimento do mandamento do amor e da ética gestam e despertam
a violência. Os descaminhos, no entanto, podem ser superados com a volta às
origens, com a reconciliação e a misericórdia. Somos chamados à superação da
violência, pois somos filhos e filhas de Deus", indica o secretário-geral
da CNBB, Dom Leonardo Steiner na apresentação do tema no texto-base.
O convite que também é aberto a toda
sociedade traz um alerta para o país que está em quinto lugar no ranking da violência contra
meninos e meninas entre 10 e 19 anos, segundo relatório do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) e que detém a primeira posição em número de
mortes violentas no mundo, de acordo com estudo da Small Arms Survey.
Diante destas estatísticas e de tantas
outras, como prevenir a violência? E como pensar no combate à
violência sem falar de desenvolvimento humano.
Nessa tarefa, as ONGs, projetos sociais, instituições e associações
filantrópicas são grandes aliados na promoção de um caminho seguro para
inúmeras crianças e jovens, que por causa da desigualdade, não encontrariam por
si próprios oportunidades para uma vida digna e longe do círculo da violência.
No sul catarinense, o Bairro da Juventude é um desses aliados que
oferece por meio de seus diversos programas o que a criança e o jovem mais
precisam nessa idade: educação, cultura, esporte e profissionalização, e ainda
uma grande dose de amor e solidariedade.
“Nós atendemos crianças de três meses até 18 anos. Parece muito difícil à primeira vista, mas é mais fácil do que depois buscar na rua”, afirma a diretora executiva do Bairro da Juventude Sílvia Regina Luciano Zanette.
O Bairro da Juventude acolhe
aproximadamente 1,5 mil crianças e jovens, e acredita que é por meio da
transmissão de valores e da partilha de conhecimento, que surgem as condições
necessárias para que se estabeleça a responsabilidade, a educação e a
igualdade.
“O nosso caminho é envolver, fortificar valores e fazer um trabalho em
que a instituição seja bonita e agradável, para que essa criança tenha vontade
de vir pra cá, e que ela não venha porque não tem outra alternativa, mas porque
aqui ela se entende como pessoa, como cidadã”, frisa a diretora.
A instituição ganhou em dezembro passado
o título de campeã nacional na categoria Grande Porte na 12ª edição do Prêmio Itaú-Unicef. A premiação confirma
a relevância do trabalho que conta com o apoio dos Padres Rogacionistas.
“Se nós ganhamos esse prêmio significa que estamos trilhando um caminho
que oferece a essas crianças e famílias que atendemos a chance de ter uma vida
melhor”, celebra a diretora.
A superação da violência pede comprometimento e ações que envolvam tanto a sociedade civil, como os membros da Igreja e os poderes constituídos, para que os direitos humanos e a promoção da cultura da paz sejam assegurados por políticas públicas emancipatórias.
Fonte: A12.com